Quem é João Soren ?
"Dependendo a quem você faz esta pergunta, a resposta pode ser bem diferente.
Se tivesse perguntado a alguns universitários americanos, nos arredores de Louisville, Estado de Kentucky, por volta de 1927, a resposta poderia ter sido: “Ah, sim. É aquele brasileiro inteligente que está estudando em nossa faculdade. Ele toca muito bem o violino, mas gosta de jogar basquete”.
A mesma pergunta feita a alguns atletas brasileiros, mais tarde, após o retorno do jovem brasileiro ao Brasil, teria suscitado a seguinte reação: “Soren? Oh, sim, é o instrutor de esportes no Colégio Batista. Mas é também o técnico de basquete que introduziu no Brasil o jogo do garrafão. Ele é um revolucionário!”
Mas veio a Segunda Guerra Mundial e o violinista-atleta mostrou-se também um patriota..."
Depoimento de Bill Ichter
Missionário da Junta de Richmond no Brasil durante 35 anos, destacando-se como musicista e Diretor de Música da Convenção Batista Brasileira, Bill Ichter foi o compositor do Hino Oficial "Cristo a Única Esperança" da Campanha Nacional de Evangelização, em 1965. Foi o organizador da edição documentada do Cantor Cristão em 1971, entre outras significativas contribuições hinográficas.
Ichter serviu na Segunda Guerra Mundial no V Exército norte-americano.
João Soren, pastor e musicista
"Líder invulgar que exerceu os mais importantes cargos denominacionais e solucionou as mais graves crises em nossa Denominação; o respeitável catedrático no Seminário Batista no Rio de Janeiro (1948-1978), onde foi magnânimo reitor (1968-1971);
o notável orador sacro, cuja voz autorizada (nunca autoritária) e melíflua (jamais pusilânime) foi ouvida nos congressos da Aliança Batista em Londres em 1955 e Tóquio em 1970.
Em João Soren vemos também o musicista multiface; não é uma estrela solitária, mas em torno dele gravitam muitos batistas com dons musicais. Nos últimos 50 anos, muitos músicos receberam, dentro e fora da Primeira Igreja, o incentivo, a orientação e a influência do pastor Soren."
Artigo escrito por Rolando de Nassau
Autor da "Introdução à Música Sacra", Rio de Janeiro 1957; "Nassau - Dicionário de Música Evangélica", Brasília 1994; e "Bach: Vida e Obra Sacra", premiada em 1992, pela Academia Evangélica de Letras do Brasil, Rolando de Nassau escreve em “O Jornal Batista“, desde 1951, coluna sobre a execução musical nas igrejas evangélicas do Brasil. Seu website NASSAU`S OPTICS ON TOPICS fornece relevantes artigos e documentações que alcançam em várias partes do mundo pessoas que são interessadas na música evangélica brasileira e estrangeira.
Testemunhos
"Esse admirável espírito de sacerdote, que, pela incansável dedicação e assistência que vem prestando aos praças, já havia conquistado o respeito, a admiração e a amizade dos oficiais e praças do regimento Sampaio, assim como de outras pessoas não pertencentes àquele Regimento, porém sabedoras do seu proceder. Tão logo soube da existência de corpos insepultos de praças nossos que o estado adiantado de decomposição indicava haverem tombado em combates anteriores, foi, tocado em seus elevados sentimentos de humanidade e caridade cristã, procura-los e localiza-los, de moto próprio.
Durante três dias e meio, o Capelão Soren, sempre incansável e extraordinariamente dedicado nessa nobilitante missão, vasculhou os terrenos de Viteline e Abetaia (Monte Castelo), ainda semeados de minas e sujeitos ao bombardeio inimigo tendo recolhido os corpos de 33 companheiros tombados bravamente nos ataques de 29 de novembro e 12 de dezembro e talvez em algumas ações de patrulhas.
Trinta e três famílias brasileiras deverão a esse sacerdote, pela nítida compreensão dos seus deveres e exemplar cumprimento dos mesmos, o saberem onde jazem os corpos desses entes queridos."
elogio ao capelão militar
João Batista Mascarenhas de Moraes
O General João Batista Mascarenhas de Moraes (1883- 1968), foi o Comandante da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Guerra Mundial.
O elogio transcrito foi publicado no Boletim da Divisão, de 28 de fevereiro de 1945.
50 anos de teologia
"Acerca da Igreja é possível concluir dos semões que ela encontra-se onde se manifesta a graça de Deus.
Esta não é uma instituição ou uma igreja, mas uma situação, um estado individual de subordinação à vontade de Deus. Poderíamos aclarar dizendo que o Reino Divino para o pastor é o senhorio de Jesus Cristo nos seus súditos, com amor e por amor.
O Reino para o teólogo João Soren, não se efetivará pela violência, pelas lutas dos povos, ou pelos conflitos de classes sociais, muito menos por filosofia alguma. Sua concretização será através da operosidade do Espírito Santo. Este constrói o Reino Celestial através do esforço de cada crente em evangelizar. Daí entendermos a grande euforia do pastor quando o assunto é Missões.
...As conclusões nestas poucas linhas, dizem respeito à atualidade dos sermões pregados na Igreja pelo pastor. Este não elabora suas mensagens baseado em circunstâncias ocasionais, ou fatos específicos.
Suas pregações não se esvaziam no tempo..."
Artigo escrito por George S. Barbosa
Pastor George Souza Barbosa é o autor do trabalho intitulado "A Teologia de João Filson Soren". Trata-se de monografia apresentada ao término de seu curso de Bacharel em Teologia no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, em 1984. O artigo aqui reproduzido foi publicado em "História Viva" Boletim da Comissão de Levantamento Histórico da PIBRJ, em janeiro de 1985.
um líder denominacional
"Impressionou-me aquele jovem de séria aparência, muito pálido, trajando severo terno preto. Levava luto pela morte do Dr. F. F. Soren, ocorrida dois meses antes (1934). Foi eleito primeiro secretário da Assembléia (da Mocidade Batista Brasileira, em Santos, SP). Aí foi a vez de encantar-me pela maneira com que redigia e lia as atas. Era algo novo para mim, que alguns dias antes havia estreado em minha primeira Secretaria, a da recém-organizada Assembléia da Mocidade Batista Paulista.
...Na Convenção de 1946, em São Paulo, não havia nome para competir com ele. Pois não era o batista mais ilustre? E também o mais capaz.
Foi-me grande honra ser secretário, ali na mesa, a seu lado. A Convenção prometia ser agitada: as "novíssimas" Bases de Cooperação e O Jornal Batista estavam em debate. Sua direção segura garantiu a ordem.
Sua presidência sempre foi assim: segura, firme, elegante, distinta, cortês. Com tal presidente ninguém perde o controle. Nem abusa. Além do mais, tem conhecimento pleno da história, dos princípios e dos costumes dos batistas. Não é apanhado de surpresa, nunca está "por fora". Dou graças a Deus por sua presença, porque sou testemunha de que, graças a ele, em momentos de crise, em lugar de divisão tivemos união maior.
Os batistas brasileiros souberam reconhecer isso, quando o elegeram para a presidência histórica do centenário.
Quem melhor do que ele, quem com melhores títulos de merecimento, nas nossas comemorações?"
Depoimento do Pastor José dos Reis Pereira
Pastor Reis Pereira foi o mais importante historiador batista brasileiro, tendo escrito vários livros na área. Foi diretor-redator de O Jornal Batista, e professor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil.
O depoimento aqui reproduzido foi publicado em "História Viva" Boletim da Comissão de Levantamento Histórico da PIBRJ, em junho de 1982, quando se comemorou oficialmente o centenário dos batistas no Brasil.
centenário de nascimento
"Comemorar o centenário de nascimento do Pr. João Filson Soren da forma correta é desafio que precisamos enfrentar em oração. Digo isto porque o Pr. Soren dificilmente aceitaria algo parecido com o que ele costumava chamar de “culto à personalidade”.
Não raramente lembrava à sua Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro que “este púlpito não é dado a referências pessoais”, quase que a pedir licença, ao fazer menção a alguém ou a alguma experiência que o envolvesse diretamente, para desrespeitar uma regra que ele mesmo havia criado.
Assim, vamos pensar no Pr. Soren como um servo que não buscou outra coisa além de fazer apenas o que Deus lhe pediu para executar em Seu nome.
...É chegada a hora de louvar a Deus por esta vida preciosa. De que modo o faremos? Esta é uma boa pergunta.
Honrar a memória do Pr. João Filson Soren, falecido em 2 de janeiro de 2002, é arregaçar as mangas e colocar-se em marcha.
É ser fiel aos princípios bíblicos, é perseguir a longanimidade.
É também zelar pela pureza do culto e da proclamação da Palavra.
É amar a família. É buscar a coerência. É insistir no preparo e trabalhar com excelência.
Mais do que tudo, é amar a Jesus."
Texto de Ana Maria Suman Gomes publicado na revista "Compromisso" 06/2008
"Os batistas brasileiros celebram centenário de nascimento do pastor João Filson Soren"
Ana Maria Suman Gomes, mestre em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil.
Atuou como professora de História do Cristianismo e outras disciplinas no Campus de Nova Iguaçu do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, ex-ovelha do pr. Soren e membro da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro, onde ensina dominicalmente a Bíblia em uma classe na Escola Bíblica Dominical.
Atua também no ministério radiofônico da Escola Bíblica do Ar.
mais que um nome, um símbolo
"Para nós, o respeito, a admiração e a estima que ele conquistou, dia a dia, não são produtos descartáveis, e não o serão para todos aqueles que tiveram a ventura de conhecê-lo.
Seu pastorado foi marcado pela presença, pela sua presença, presença constante; no púlpito, na Igreja, na denominação; presença na vida nacional, internacional.
Seu zelo pelas coisas de Deus, seu cuidado pela Igreja, seu respeito e amor pela congregação, levam-no a uma elaborada preparação dos cultos, em todos os seus detalhes, onde os improvisos não encontram guarida.
As orações, a boa música, os hinos que nos falam ao coração, os sermões, a solenidade dos cultos, enfim, todos os momentos constituíam um irrecusável convite a um encontro com Deus!
Na celebração da Ceia do Senhor, o pão era por ele partido e expressivamente repartido ali à frente, aos olhos de todos e, só depois, distribuído numa réplica perfeita, tal como Cristo o fizera, dizendo aos seus discípulos: “Esse é o meu corpo que é partido por vós”
Depoimento de Leuzi e Gilberto Figueira
Leuzi Fabiano Soares Figueira é neta da primeira mulher batizada por F. F. Soren, Castorina Adelia Soares. Descendente, portanto, de uma das famílias mais antigas da Igreja, atuou notadamente no campo musical, tendo sido organista por muitos anos. Seu esposo, Gilberto Figueira, diácono e membro com intensa atuação na Igreja, foi o fundador do Gedrama - organização teatral de Hiero-Drama da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro.
Pastor Soren, um fiel servo de deus,
um exemplo de vida cristã
"Pastor Soren dedicou a sua vida ao ministério, zeloso que era, ministrava à Igreja que pastoreava, um evangelho genuíno, fundamentado na Palavra de Deus, que ele conhecia profundamente e, a cada domingo nos deliciava com verdadeiros banquetes espirituais.
...homem sensível, humano, que tratava suas ovelhas com carinho. Por trás da seriedade que seu rosto mostrava, havia um grande e sensível coração.
Conhecedor e apreciador da boa música, era exigente quanto ao que se cantava nos cultos no Santuário, tinha uma voz bonita e cantava os hinos com muito vigor, dirigindo algumas vezes a grande congregação que o acompanhava como se fora um grande coral.
Minha vida tem sido até o presente, influenciada pelo exemplo de vida do Pastor Soren."
Testemunho escrito por Zelia Monteiro da Silva
Zelia Monteiro da Silva lecionou na Escola Vitória de 1956 à 1980, regendo classes de Jardim de Infância e Pré-Primário (atual Educação Infantil) até 1973 e, nos nos últimos sete anos foi assistente da diretora. Na Igreja ensinou na Escola Dominical, Sociedade Infantil, trabalhou com as Mensageiras do Rei e Sociedade de Moças, exerceu cargos nas Uniões de Treinamento, vivenciou como ovelha do pr. Soren todo o período de seu pastorado, tendo sido batizada por ele aos 7 anos.
Atuou no naipe de soprano do Coro da Igreja, atual Coro Eclésia, durante mais de trinta anos.
"Nada escapava ao seu olhar atento e definidor. Ele conduzia a igreja com pulso forte. Era um pastor presente e por conseguinte sabia de tudo que acontecia no âmbito da igreja.
Durante todo tempo que ali convivi com ele, trabalhando na secretaria da Igreja, até seus últimos dias de pastorado, aprendi a admirá-lo, respeitá-lo e a entendê-lo melhor. A sua dedicação, seriedade, responsabilidade e seu amor à Igreja era algo que me fascinava. A convivência diária com ele foi uma experiência marcante para mim. Aprendi muito com ele. Pude vivenciar situações que me ajudaram a sedimentar minhas convicções cristãs, bem como constatar mais de perto a atuação de um homem eleito por Deus, em Santo Ministério, à frente da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro."
Testemunho escrito por Marcos Montenegro Viegas
Marcos Montenegro Viegas é membro da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro. Foi batizado pelo pastor Soren e, durante seis anos, trabalhou ao seu lado, diariamente, na secretaria da Igreja. Foi presidente por anos consecutivos do CNS, Coro Nicéa Soren, que na época contava com mais de 100 vozes jovens participantes nos cultos e em apresentações de cantatas modernas. Atuou nas Uniões de Treinamento e nas organizações Evangelismo ao Ar Livre e Cultos no Presidio, da PIBRJ.
O DESAFIO DE TRABALHAR COM O PASTOR SOREN